segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Duas horas atrás eu estava dentro de um ônibus, já perto daqui, mas, como quando o carro se acelera bruscamente fazendo desequilibrar um passageiro, assim meu corpo foi lançado repentinamente de volta a minha vida comum, e minha mente não o acompanhou. Eu pensava em outro mundo, na tranquila visão de uma pequena cidade, escondida num vale. Do alto, não se podia olhar para nenhum horizonte sem encontrar árvores, ou pelo menos um pasto verde, no limite entra a terra e o céu. Eu pensava em minha família. Eu pensava em uma planta que nasceu num estreito corredor entre a lateral de minha casa e o muro limítrofe. O chão é de concreto e só se entra ali para limpar, às vezes. Da janela de meu quarto tudo que eu vejo é o muro, o chão, um cão que vem brincar quando me ouve (ou lê meus pensamentos?), e essa planta. Ela nasceu por uma pequena fresta do chão e se esgueirou para cima, ganhando um belo tamanho. Tem duas longas raízes horizontais, da mesma grossura do caule, e o que mais me impressionou, folhas enormes que pareciam ter vida, paz, sabedoria.
Agora o meu corpo está aqui; é cedo mas devo me apresentar ao trabalho às nove, tenho ainda que passar calça e camisa; na verdade tenho que fazer quase tudo por mim e então rapidamente eu me sinto de volta a casa. Como quem pula da cama, eu acordo.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

É dia e eu já posso ver o sol.
Tenho o convite, levo meu presente.
Posso ver o céu azul e algumas nuvens.
Me basta ter a chance.
Então, eu agradeço.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A mim basta estar vivo.
Minha batalha é com o dia.
É noite e eu posso ver a lua, algumas estrelas.
A mim basta estar com elas.
Então, eu agradeço.