Mãos em concha para receber
Os poetas, sacerdotes, terapeutas
todos eles ralam para ensinar
o homem a lidar com suas perdas.
Mas temos a mesma, ou mais, dificuldade
em lidar com aquilo que nós recebemos.
Por isso pratiquemos shivamudrá.
Abra em concha suas mãos, uma sobre a outra,
pousadas em seu colo.
Faça silêncio.
Se puder ouvir, ou entoar, um mantra, ótimo.
Você fora da sua mente, olhando...
Saia da mente...
Descubra outros centros de seu corpo,
passeie sua consciência por ele.
Vá pelos braços atá as mãos.
As mãos abertas...
mãos de uma criança esperando pelo seu presente.
Tudo que recebe
são presentes.
Quando eu vejo como dádiva aquilo que recebi da vida
naturalmente cuido desse bem com todo amor.
Pouco importa se é o couro esticado de um pandeiro
as cordas de um violão bem afinado
a louça a lavar
a lâmina de barba
o corpo de uma mulher.
Há uma linha entre o zelo e o apego.
A diferença está em se ter consciência da
precariedade das coisas.
Como são passageiras, acabam tão rápido!
Hoje retinem no espaço
com o som de taças brindando, festa e luz.
Depois de um segundo
caem e rebentam com um ruído seco.
Por isso zelar, e não se apegar.
O zelo existe enquanto a coisa existe
e carece de cuidado e atenção.
O apego faz-nos remoer a ausência de tudo
até do que nunca existiu.
Tudo se acaba
se dissolve
eu
você
violão
Fixe-se naquilo que não pode pegar com suas mãos.
Energizar o chacra amarelo quase sempre
me leva a visualizar
um deserto, na meditação.
As areias...
os desenhos mudam a toda hora...
isso é a verdade da impermanência...
do seco estalar das breves ilusões...
Ooommmmmmmmm
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